Também conhecida como gastroenterocolite aguda, a intoxicação alimentar é uma doença causada por agentes presentes em alimentos ou líquidos contaminados.
De acordo com o Departamento de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, o contágio pode acontecer durante a manuseio, preparo, armazenagem ou ingestão de substâncias infectadas por agentes bacterianos, como:
- Salmonella sp: presente em alimentos mal higienizados, crus ou mal cozidos. Produtos agrícolas não processados como hortaliças, frutas, carnes cruas, leite e ovo;
- Shigella disenteriae: encontrada no intestino humano, a bactéria é transmitida via fecal-oral;
- Escherichia Coli: também encontrada no trato gastrointestinal humano;
- Staphilococus aureus: presente normalmente na pele e na mucosa da boca e do nariz;
- Clostridium botulinum: conhecida como botulismo, pode ser encontrada nas fezes de animais e humanas.
Além de ser transmitida também por vírus, como o famoso Rotavírus.
Porém, os agentes não param por aí! Produtos químicos e componentes tóxicos também podem causar a gastroenterocolite aguda, como mencionado pelo Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Alagoas.
Quais são os sintomas da intoxicação alimentar?
Mesmo podendo ser transmitida por diferentes agentes, os sintomas da inflamação gastrointestinal são semelhantes.
Segundo o site do médico Drauzio Varella, a pessoa intoxicada terá reações intensas de náuseas, vômitos, diarreias, febre, dor abdominal, cólicas e mal-estar.
Já para situações mais graves, é normal que o doente passe por um processo de desidratação, perda de peso e alterações na pressão arterial.
Em casos extremos, a intoxicação alimentar pode causar a morte, como mencionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Adicionando à temática, a OMS menciona que, anualmente, as doenças derivadas de alimentos contaminados deixam 550 milhões de pessoas doentes, onde 230 mil delas perdem a vida.
Dito isso, percebe-se que a intoxicação alimentar deve ser tratada com seriedade.
Quanto tempo dura a intoxicação alimentar?
Ao ingerir um alimento contaminado pelos causadores, os sintomas surgem após um período de 8 a 20 horas.
Isso significa que os doentes demoram para apresentar os indícios, o que pode ser um problema, pois dificulta a identificação de qual fora a comida contaminada.
A duração da condição dependerá bastante do sistema defensivo e da saúde de cada indivíduo. Isso porque existem casos onde há a recuperação em um dia, mas é normal que a doença perdure por até dez dias seguidos, como declarado pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
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Como tratar a intoxicação alimentar?
Por ser uma condição possivelmente letal a primeira recomendação, assim que os sintomas começarem, é ir ao médico.
Caso seja confirmada a condição, é normal que o profissional receite um antibiótico – visto que, geralmente, as causas estão relacionadas às bactérias.
Além da medicação, é possível tratar a condição em casa em três passos:
1. Hidratação
A reposição de líquidos é essencial durante o período da doença. Isso porque, durante as crises da intoxicação alimentar, os doentes tendem a perder muito líquido corporal devido à diarreia e ao vômito.
Então, é imprescindível manter os níveis de hidratação. Para ajudar nesses detalhes, os especialistas recomendam a ingestão de água, água de coco, isotônicos, chás antieméticos, soro caseiro e mais.
O nosso post “Tá com piriri? Confira nossa lista de alimentos para a diarreia” pode ajudar. Por lá, mencionamos diversas táticas para interromper as fezes aquosas.
2. Alimentação
Por ser uma doença que afeta o sistema digestório, é normal que o acometido não sinta fome. Apesar disso, é imprescindível se alimentar, pois é a maneira que temos para adquirir nutrientes – e consequentemente produzir energia para o funcionamento do organismo.
Então, durante a intoxicação, o recomendado é que a alimentação seja mais leve, com sopas, purês e carnes magras. Claro, sem alimentos industrializados e frituras, pois a digestão é mais trabalhosa — com o estômago sensibilizado, isso é ainda mais complicado.
3. Carvão vegetal
Já imaginou ingerir carvão vegetal? Para casos de intoxicação alimentar, isso é muito normal, sabia?!
Isso porque, quando utilizado como fármaco, a substância consegue reduzir os níveis das toxinas no organismo, diminuindo progressivamente os sintomas da condição.
É possível evitar a intoxicação alimentar?
Sim, felizmente é possível reduzir as chances de ser contaminado pelos agentes infecciosos. Pensando nisso, o periódico Paediatrics & Child Health elaborou o material com algumas dicas para evitar a intoxicação alimentar.
- Antes e depois do preparo de refeições, lave as mãos com água quente e sabão;
- Os alimentos devem ser muito bem cozidos, especialmente as carnes;
- Comidas que não passam pelo processo de cocção, como frutas frescas e alguns vegetais, devem ser lavados em água corrente;
- Mantenha os alimentos quentes em temperaturas maiores que 60°C, já os frios em condições abaixo de 4°C;
- O preparo e o armazenamento de carnes cruas deve ser feito longe de alimentos cozidos, frutas ou verduras;
- Durante o preparo da carne, utilize um suporte próprio para o alimento;
- Se sobrar comida, reaqueça o alimento antes de ingeri-lo;
- Não consuma alimentos que extrapolaram o prazo de validade.
As dicas são simples e muito efetivas. Então, para reduzir as chances de contaminação alimentar, certifique-se de que essas orientações não sejam negligenciadas, pois a intoxicação alimentar é uma doença agressiva e bem séria.
Com os devidos cuidados, cozinhar se torna extremamente prazeroso. Portanto, não deixe que uma condição evitável se torne um problema! Dessa forma, terminamos o nosso conteúdo com uma recomendação para vocês: 6 hábitos de higiene que todos deveriam ter!
Se mais pessoas souberem disso, menos casos de intoxicação alimentar serão diagnosticados. Ou seja, todo mundo sai ganhando!